OBRA DE MOACIR GADOTTI: BONITEZA DE UM SONHO- ENSINAR E APRENDER COM SENTIDO

Nesta obra o autor fala da educação como um ato de sonhar e transformar através do amor e da educação. Traz a figura do educador como ser revolucionário, que tem em sua profissão a responsabilidade de transformar os indivíduos em seres humanos, críticos, participativos e capazes de sonhar superando as adversidades humanas. O obra está dividida em sete capítulos, cada um deles aborda momentos e necessidades da relação educador, educação e aluno, estreitando relações fundamentais para o desenvolvimento de todos os atores desta obra linda, que é chamada ser educação. Gadotti trata do exercício de sonhar através educando e de seus desafios para realização deste ato de educar, onde o professor e o educador precisam encontrar sua identidade em educar, para assim cumprir sua missão.

No primeiro capítulo “Por que ser professor?”, o autor aborda desafios muito atuais enfrentados por professores e educadores em uma sociedade que não valoriza os principais profissionais de qualquer sociedade que deseje enfrentar suas desigualdades. No segundo, “Crise de identidade, crise de sentido”, ele aponta os desafios encontrados pelos profissionais, no que se refere a sua identidade enquanto educador, de entender o sentido de educar e se desafiar a isso. No terceiro, “Formação continuada do Professor” aborda a necessidade de constante atualização do profissional para que não fique distante da realidade de seus alunos, acompanhando as constantes mudanças tecnológicas e comportamentais. No quarto, “Ser Professor na Sociedade Aprendente”, Gadotti fala da interação de aprendizados, entre professor e aluno, onde ambos aprendem e ensinam. No quinto, “Aprender com emoção, ensinar com alegria”, aqui, ele trata da emoção e da alegria como componentes fundamentais para a conquista do aluno, uma aula repleta de amor e alegria completa o saber, e resgata a auto estima do aluno. No sexto, “Educar para uma vida saudável”, educar para uma vida em sociedade e em equilíbrio é garantir a própria existência, pois o avanço constante das desigualdades e do capitalismo aceleram destruição humana. No último capítulo, “Ser professor, ser educador”, Gadotti trata da importância e do compromisso que os professores e educadores têm para com a humanidade, educar seres humanos comprometidos em combater as desigualdades sociais, sendo críticos, participativos, reflexivos, intelectuais e atuantes politicamente ativos, este desafio sem dúvida não é fácil.

Esta obra retrata os sonhos e desafios da área mais importante de qualquer nação, tornando-a muito atual, não existe sociedade justa sem uma educação de qualidade que possa combater suas desigualdades. Os professores e educação são agentes fundamentais de qualquer transformação, a educação humana passa por estes profissionais, que a cada momento enfrentam desafios maiores, seja no quesito sobrevivência e manutenção individuas, ou de garantias de direitos básicos e condições de trabalho. Ora, como formar um indivíduo critico, capaz de lutar por sua sociedade sem autonomia, sem poder elaborar uma aula diferente que estimule o pensamento critico.

Atualmente, tivemos uma série de leis que tiram a autonomia do professor, visando monitorar e restringir os métodos de ensino, tivemos aqui no Brasil em diversas cidades a “Lei da Mordaça” que visava retirar não só a autonomia do professor, mais restringi-lo ao conteúdo monitorado. Portanto, professores e educadores precisam ser verdadeiros militantes da educação, precisamos, todos, estudantes, professores, educadores e sociedade civil, defende-la com unhas e dentes, pois, a educação está em constante disputa. Segundo Moacir Gadotti, “educar é o ato de disseminar amor”, não existe mundo justo e com vida de qualidade sem uma educação pensada com amor.

Educação Popular, Educação Social, Educação Comunitária: conceitos e práticas diversas, cimentadas por uma causa comum

Durante esse estudo sobre os diferentes tipos de educação que vem ganhando espaço e se consolidando no Brasil, Moacir Gadotti para além de definições sobre cada uma, defende a importância de uma educação que tenha o poder de transformação. Gadotti, como seguidor de Paulo Freire, afirma que é fundamental que a educação não se esconda atrás de uma falsa neutralidade e que seja sim, um instrumento de politização do ser humano, conferindo-lhe capacidade de analisar criticamente o meio que está inserido e lutar contra um sistema social que favorece pequenos grupos os quais controlam inclusive o meio educacional.

A educação popular, educação social e educação comunitária, pela definição de Gadotti, estão à serviço justamente de uma classe que é oprimida por esses grupos dominantes e que necessitam não só de alfabetização pelo abecedário, mas também, política. São educações que estão inseridas em um campo democrático e popular e que apesar de serem fragmentadas entre elas próprias, possuem uma causa em comum, que é a construção de uma nova cultura política a qual passa pela ideia de uma educação social transformadora. Esse projeto não seria possível sem a figura do educador social, popular ou comunitário, que normalmente cumpre esse papel devido a experiências próprias durante a prática social e não através de uma construção acadêmica. Apesar disso, Gadotti ressalta a importância de uma formação adequada para esses educadores que deverão saber lidar com a especificidade dos casos que encontrarão no decorrer do processo educacional, uma vez que a maioria do público alvo vem de realidades difíceis e muitos estão em situação de vulnerabilidade.

Gadotti traz também os conceitos de educação formal e não-formal, sendo que a educação popular, educação social e educação comunitária estão classificadas como não-formais. Trazendo o conceito de La Belle, define que a educação não-formal é uma atividade organizada que é executada fora do sistema formal para oferecer ensino específico para subgrupos específicos, sendo menos burocráticas e menos hierárquicas; ao passo que a educação formal segue o caminho inverso, sendo representadas por escolas e universidades, que conferem grau aos seus alunos. Entretanto, na visão do autor não se deve ser conceituado uma em oposto à outra, para ele o que as diferencia é a exatamente a valorização dos espaços informais e suas particularidades. Quanto as especificidades de cada educação, o autor explica:

• Educação Social: pode estar presente tanto no âmbito escolar quanto fora dele, sendo o segundo caso o mais frequente. A educação social cumpre um importante papel que deveria ser do Estado, chegando a lugares onde o mesmo não chega. É necessário que a sociedade civil se organize para ter acesso à educação de seu interesse, fora do engessamento da escola tradicional. Entretanto, isso não isenta a necessidade de o Estado criar políticas públicas de igualdade e equidade também dentro da escola pública, não podendo a educação social estar restrita ao campo não-formal. Mais uma vez, Gadotti ressalta aqui o papel do educador social, que deve cumprir a tarefa de transformador social e de emancipação humana. Isso seria feito principalmente pela educação de jovens e adultos, já que a educação desses é condição para desenvolvimento e democracia.

• Educação Comunitária: tem função importante para “a organização e fortalecimento das relações entre populações empobrecidas ou discriminadas”. As escolas comunitárias são organizadas através de cooperativismo e comunitarismo a partir das próprias comunidades que se encontram em locais com pouco acesso a serviços públicos. A educação popular tem seu próprio campo de atuação e está vinculada em novas alternativas de produção, ou seja, procurar aprender produzindo, uma vez que “as classes populares têm que se educar enquanto lutam para sobreviver”.

• Educação Popular: visa a construção de saberes e o fortalecimento das organizações populares. O autor defende a importância de torná-la uma política pública sendo uma oportunidade de construção do poder popular e, através dele, fortalecer o processo de emancipação. Teve seu surgimento em São Paulo, com Paulo Freire e a “Escola Pública Popular”, sendo a maior contribuição teórica da América Latina ao pensamento pedagógico universal.

Em linhas gerais, Moacir Gadotti, faz duras críticas ao modelo capitalista de educação, que formam cidadãos para a competitividade capitalista, valorizando o econômico e subestimando o lado social. A educação deve educar para a mudança e não para uma adaptação a um sistema imposto, mas isso só será possível se movimentos sociais e populares levarem, junto com escolas e universidades, a ideia de uma educação social que possa ser capaz de questionar e modificar esse sistema. A educação precisa se livrar dessa forma de mercado em que se moldou (causando uma crise estrutural, especialmente na relação professor-aluno) e adotar um modelo que lhe permita pensar o social. Para o autor, é necessário haver uma conscientização e desalienação, que se eduque para a utopia, pois dessa forma estará se educando visando um futuro de outros mundos possíveis, de uma nova cultura política. Para alcançar esse outro mundo é preciso mudar também as pessoas, para que seja possível transformar o modelo capitalista que nos rege visando uma sociedade justa e verdadeiramente democrática.

Referência:

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A orientação para quem é educador

Paulo Freire desenvolve aprendizagem a partir do cotidiano e pode ser chamado de um dos inspiradores da ecopedagogia, pedagogia da Terra, conceito do qual Moacir Gadotti, presidente de honra do Instituto Paulo Freire, toma como referência e promove para que outros educadores se guiem nesse método.

Em Pedagogia Da Terra – Idéias Centrais Para Um Debate (Moacir Gadotti, 2000) aborda como a ideia de desenvolvimento foi utilizada na transição colonizadora e ainda é utilizada mostrando uma discrepância ao apoiar um desenvolvimento econômico onde muitos sofrem com a dor e uma minoria recebe o máximo de prazer e consumo. Com uma preocupação global, surge o termo desenvolvimento sustentável o que já auxiliaria a construção de uma economia mais solidária, porém Gadotti explica o porquê o sustentável é uma ideia equivocada.

Moacir Gadotti traz o histórico dos movimentos que se organizaram em prol do meio ambiente, principalmente os que aconteceram no Brasil, e ainda mostra como as metas propostas não foram atingidas em sua totalidade. Ao mesmo tempo, traz a importância dos movimentos sociais para essa mudança da consciência e visibilidade na questão ambiental e educativa.

Contudo, esses movimentos ajudam no surgimento da ecopedagogia, apontando para uma nova teoria de educação, e justamente por ser um conceito novo, até hoje está em construção. Segundo Gadotti, a ecopedagogia surge com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, Rio-92 e aparece como um projeto alternativo para um novo modelo de civilização sustentável, ecologia integral, apontando para mudanças nas estruturas econômicas, sociais e culturais. Nesse aspecto, Gadotti mostra uma ampliação do conceito de educação ambiental para ecopedagogia, envolvendo vários aspectos desde relações humanas, sociais e ambientais.  Com esse contexto, ele promove uma reflexão a fim de atingir uma educação sustentável (meio ambiente – mais justiça social) e não apenas sustentada numa relação saudável com o meio ambiente, mas uma relação de preocupação com todo o futuro da humanidade.

Gadotti afirma que educar é poder e esse poder deve levar em consideração alguns questionamentos, conforme abaixo, em prol de propor uma cidadania planetária:

“1ª) Como construir uma cidadania planetária num país globalizado onde sequer foi ainda construída a cidadania nacional?

2ª) Como fica a identidade diante da ocidentalização da cultura promovida pela mídia e do domínio da língua inglesa na Internet (65% de inglês frente a 0,5% de português)?

3ª) Estaremos gestando uma “cultura global”, esmagando todas as culturas “particulares” e “locais”?

4ª) Como nos lembra a Carta da Terra de Cuba, aprovada em setembro de 1998, o capitalismo promove o consumismo e é contrário em sua essência à proteção do meio ambiente. Que consensos podem ser construídos sob a hegemonia capitalista?

5ª) Como seria uma “civilização da simplicidade”, da qualidade de vida, da sustentabilidade, da igualdade e da alegria compartida?

6ª) Devemos criticar o “desenvolvimento sustentável” como uma contradição em si? As noções de “desenvolvimento” e de “sustentabilidade” seriam antagônicas? ”

Dessa forma, a pedagogia clássica antropocêntrica seria revestida pela ecopedagogia, segundo Gadotti, elevando uma consciência de cidadania planetária para que se ensinem indivíduos a serem cidadãos do mundo, fortificando as relações de pertencimento à Terra. De fato, ele aponta para um projeto utópico, mas que a mudança deveria ser orientada por uma visão de mundo, uma educação para a cidadania planetária, a fim de vivermos local e globalmente ao mesmo tempo. Além disso, Gadotti aponta que chegamos ao limite do ecossistema finito e acumulação capitalista infinita gerando mazelas sociais, logo a própria sociedade já demonstra sinais para uma crescente busca de conhecimento mais profundo sobre o universo, sendo possível uma utopia ecológica democrática.

Segundo o educador, estamos numa transição paradigmática da sociedade e da escola, logo se faz necessário a valorização do espaço público não-estatal como o “orçamento participativo” e “escola cidadã”, pois nestas ações estão características do neoliberalismo como a descentralização, a autonomia e a participação, porém utilizadas com uma lógica diferente.

Em suma, o argumento principal de Gadotti é a defesa de que o desenvolvimento sustentável se dá pela preservação do meio ambiente associado a uma consciência ecológica e que essa consciência depende da educação. Portanto, sob os princípios da ecopedagogia da qual defende a Terra como uma única comunidade, indica uma reorientação dos currículos a fim de proporcionar uma educação com significado para o aluno e para a saúde do planeta.

Gadotti, Moacir. PEDAGOGIA DA TERRA Idéias centrais para um debate. Moacir Gadotti. I FÓRUM INTERNACIONAL SOBRE ECOPEDAGOGIA –  Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação – Universidade do Porto – Portugal – 24 a 26 de março de 2000.

Moacir Gadotti – Por uma escola Cidadã!

Moacir Gadotti diz que se realmente quisermos avançar no enfrentamento de nossos graves desafios educacionais, devemos pensar seriamente numa verdadeira reconversão cultural da escola. Para ele, o diálogo é a principal prática da educação em direitos humanos. Mas diálogo e participação só podem ser ensinados pela prática do diálogo e da participação. Daí a importância do fortalecimento dos conselhos escolares e da gestão democrática nas escolas e de todos os conselhos representativos da sociedade civil, para a promoção da consciência de direitos e de deveres e a ampliar o controle social e a participação como método de governo. É isto que propõe a Escola Cidadã.

Segundo o Instituto Paulo Freire (IPF), a Escola Cidadã defende a educação permanente e tem uma formatação própria para cada realidade local, de modo a respeitar as características histórico-culturais, os ritmos e as conjunturas específicas de cada comunidade, sem perder de vista a dimensão global do mundo em que vivemos.

Ela foi chamada, inicialmente, de “Escola Pública Popular”. Uma escola que formava para a inclusão e cidadania, refletindo um movimento educacional concreto que se caracterizava pela democratização da educação em termos de acesso e permanência, pela participação na gestão e escolha democrática dos dirigentes educacionais, por uma concepção interdisciplinar do currículo e da avaliação e pela democratização do próprio Estado.

Foi no interior desse movimento, iniciado no final da década de 1980, que surgiu no Brasil o conceito de “Escola Cidadã”, uma escola que forma para e pela cidadania. Dizia ele, “é aquela que se assume como um centro de direitos e deveres”. É uma escola coerente com a liberdade. É uma escola de comunidade, de companheirismo, que vive a experiência tensa da democracia. É uma escola diversa, uma escola na perspectiva unitária de sociedade e de educação. Por isso é uma escola que luta pela superação das desigualdades perante o direito à educação.

Em 1994, com base nas primeiras experiências de educação cidadã, o Instituto Paulo Freire sistematizou as linhas fundamentais de um projeto de educação para e pela cidadania, acentuando a corresponsabilidade na gestão da educação pública entre o poder público, a escola e a comunidade, num verdadeiro “regime de colaboração”, como previa a Constituição brasileira de 1988.

A maior ambição da Escola Cidadã é contribuir para a criação das condições para o surgimento de uma nova cidadania, como espaço de organização da sociedade para a defesa de direitos e a conquista de novos direitos.

O neoliberalismo, ao transferir para a relação professor-aluno a lógica de rentabilidade e lucro do mercado, no interior da escola, causa tensão nas suas relações sociais e humanas. A relação professor-aluno torna-se tensa, agressiva, quando reproduz relações competitivas de mercado, porque, ao adquirir a forma do mercado, a escola acaba reproduzindo as relações de produção dominantes na sociedade. A educação não pode subordinar-se às exigências do mercado. Precisamos substituir essas relações mercantis por novas relações e por uma cultura de não violência. A Escola Cidadã insere-se na luta pela desmercantilização da educação, pela afirmação do direito universal a uma educação emancipadora, entendida como uma educação para a justiça social. Sua referência é a cidadania e não o mercado.

Referências:

Carta Educação. Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br/new-rss/por-uma-escola-cidada/&gt;. Acesso em 08/07/2017.

Educa Brasil. Escola Cidadã. Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/escola-cidada/&gt;. Acesso em 08/07/2017.

Instituto Paulo Freire. Disponível em: <https://www.paulofreire.org/noticias/464-por-uma-escola-cidad%C3%A3&gt;. Acesso em 07/07/2017.

Wikipédia. Escola Cidadã. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_cidad%C3%A3&gt;. Acesso em 07/07/2017.

 

Moacir Gadotti e a escola cidadã

Moacir Gadotti, pedagogo, professor e escritor brasileiro, nascido em 21 de outubro de 1941, na cidade de Rodeio, Santa Catarina.

Possui graduação em Pedagogia (1967) e Filosofia (1971) pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, mestrado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973) e doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Genebra (1977). Foi assessor técnico da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (1983-1984) e Chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo (1989-1990), na gestão de Paulo Freire. É doutor honoris causa pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2000). É professor titular aposentado da Universidade de São Paulo e Presidente de Honra do Instituto Paulo Freire. Tem vasta experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, Paulo Freire, filosofia da educação, educação de jovens e adultos e educação para a sustentabilidade. Possui um grande número de publicações em que desenvolve uma proposta educacional cujos eixos são a formação crítica do educador e a construção da Escola Cidadã, numa perspectiva dialética integradora da educação e orientada pelo paradigma da planetariedade, entre os quais destacam-se: Pedagogia da Terra (2001), Educar para a sustentabilidade (2008), Boniteza de um sonho: ensinar e aprender com sentido(2002), Os mestres de Rousseau (2004), Paulo Freire: uma bibliografia (1996), Pedagogia da Práxis (1995), História da Ideias Pedagógicas (1993), Escola Cidadã (1992), Pensamento pedagógico brasileiro (1987), Concepção dialética da educação (1983) e A Educação contra a educação (1981)

Para escrever suas obras, no intuito de dialogar criticamente a teoria da educação brasileira e para construção de suas concepções de escola, ensino e aprendizagem, Moacir Gadotti analisa as varias tendências pedagógicas, inspirando-se nas ideias de Paulo Freire, defende sua concepção, abordando a escola como um espaço físico onde devem existir conversas, confrontos, discussões sobre política gerando insatisfações, pois o contrário deixa de ser autoritária para ser harmoniosa, sendo assim ela tem exercido um papel fundamental nas relações sociais e culturais.

Gadotti afirma que a escola precisa ser reencantada, encontrar motivos para que o aluno vá para os bancos escolares com satisfação, alegria. Existem escolas esperançosas, com gente animada, mas existe um mal-estar geral na maioria delas. Porém, essa insatisfação deve ser aproveitada para se dar um salto. Se o mal-estar for trabalhado, ele permite um avanço. Se for aceito como uma fatalidade, ele torna a escola um peso morto na história, que arrasta as pessoas e as impede de sonhar, pensar e criar. Gadotti então propõe uma inovação no pensar dos educadores e gestores, além do incentivo à criatividade e a uma escola mais próxima da realidade dos alunos. A democratização da educação, não com a velha ideologia do “escola para todos” que não abrange todo o problema da exclusão dos “menos favorecidos” e sim, uma escola que abriga todas as classes e histórias de seus alunos. Instituições preparadas para o novo, não apenas tecnologicamente, mas tendo em mente as individualidades de cada estudante, sua história de vida, sua realidade. Uma escola não excludente e sem divisão de classes. Uma escola cidadã.

Referências:

Acervo Moacir Gadotti. Disponível em: <http://www.gadotti.org.br&gt; acesso em 26/06/217.

Instituto Paulo Freire. Disponível em: <https://www.paulofreire.org&gt; acesso em 26/06/2017.

Wikipédia. Moacir Gadotti. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Moacir_Gadotti&gt; acesso em 26/06/2017.

Vamos falar de Educação: Moacir Gadotti. Blog Letras e Pegagogia. Disponível em: <http://blogletrasepedagogia.blogspot.com.br/p/moacir-gadotti.html&gt; acesso em 26/06/2017.