Campanha em Defesa da Escola Pública

A Campanha em Defesa da Escola Pública desencadeou-se durante a I Convenção Estadual em defesa da Escola Pública na cidade de São Paulo, em 5 de maio de 1960. Essa Campanha levou Florestan Fernandes a se manifestar por inúmeras vezes sobre os ideais para promover o desenvolvimento educacional brasileiro.

Na época, “Florestan fez um balanço da educação brasileira ainda bastante atual. Ele destacava diversos momentos anteriores à Campanha de 1960, como o papel desempenhado pelo “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, de 1932, que defendia a “necessidade de dar ao sistema nacional de educação um caráter orgânico e integrado, de modo a submeter as tendências à diferenciação e à descentralização do ensino a um conjunto de objetivos comuns e a um mínimo de princípios diretores fundamentais”. Ele afirmava que essa ideia foi incorporada na Constituição de 1934, que mencionava pela primeira vez a construção de um “plano nacional de educação”.

Já a Constituição de 1946 mantinha essa conquista e estabelecia que competia “à União legislar sobre Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. No entanto, o caminhar da construção dessa lei foi demasiadamente lento. Florestan destacava que “só em 1957, em parte sob a pressão dos educadores e o clamor da opinião pública esclarecida e em parte sob a exigência de circunstâncias imperiosas, o assunto passou a tramitar com maior rapidez pela Comissão de Educação e Cultura do Congresso”.

Assim, a Campanha em Defesa da Escola Pública de 1960, que estava relacionada principalmente com a educação básica, “surgiu como produto  espontâneo das repulsas provocadas, em diferentes círculos sociais, pelo teor do projeto de lei sobre Diretrizes e Bases da Educação Nacional, aprovado em janeiro de 1960 pela Câmara dos Deputados”. O projeto de lei aprovado era um substitutivo elaborado pelo deputado Carlos Lacerda, identificado por Florestan como “o inimigo público número 1” do ensino oficial. A iniciativa de Lacerda coroava a “imensa conspiração retrógrada contra o ensino público, nascida do estranho conluio dos proprietários de escolas privadas leigas e os mentores das escolas mantidas por iniciativa do Clero Católico”.

Florestan ressaltava naquela Campanha que a democratização do ensino só se realizaria quando fossem abolidas as barreiras extra educacionais que restringem o direito à educação convertendo o ensino em privilégio social das classes dominantes. Destacava também a histórica escassez de recursos financeiros destinados à educação”.

De acordo com Florestan,

“o ideal de uma universidade

aberta e democrática, fundida

aos interesses da maioria,

isto é, da massa da população

pobre e trabalhadora”, seria

“o desafio do fim do século

XX e da transição para

o século XXI”

Trechos retirados da entrevista divulgada pela Revista Adusp, disponível em: http://www.adusp.org.br/files/revistas/36/r36a01.pdf

Acesso em: 23/07/2017.

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